quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O carnaval da diversidade... da integração

(Foto: Mauro Zaniboni /Ag Haack/Agecom)

O carnaval é uma das principais festas populares do Brasil. E, mesmo você não gostando do frevo pernambucano, dos desfiles do Rio e de São Paulo, ou dos trios elétricos baianos, você precisa concordar com isso.

Mas, mesmo assim, muita gente torce o nariz pra isso tudo e só quer aproveitar a folga bem longe desses ritmos. Não vou mentir dizendo que não faço isso. Eu vivo em um estado onde tem festa de axé o ano inteiro, então quanto mais tempo eu puder ficar sem ouvir esses ritmos melhor. Apesar disso, EXCEPCIONALMENTE esse ano eu fiquei (muito!) tentada a viajar alguns quilômetros para ir ver UM PEDAÇO do carnaval de Salvador. Por um único motivo... uma junção digamos que bem exótica: Angra, Sepultura, Carlinhos Brown e um trio elétrico.

Eu não consegui acompanhar as transmissões (ou os flashes delas)... muito menos ir ao show. Eu nunca fui pra Salvador (fazer conexão no aeroporto não conta nessas horas) e, na volta da faculdade, uma semana antes do carnaval, ouvi algumas conversas de algumas pessoas (chamadas pelos próprios colegas de) corajosas, por irem para o circuito Barra-Ondina (onde foi o show) sozinhas que me deixaram assusta (bastante pra falar a verdade).

O Angra foi para Salvador com algumas mudanças (já previstas) na sua formação. Como o Kiko Loureiro está com o Megadeth, o Marcelo Barbosa (Almah) assumiu novamente as guitarras da banda.E como o Fabio Lione está em turnê com a Rhapsody of Fire, o Nando Fernandes (ex-Hangar) assumiu os vocais.

Foram tocadas ao todo 50 músicas nos 4,5 km de circuito, incluindo covers de bandas como AC/DC, Queen, Twisted Sister, Kiss e outros, além de seus próprios sucessos.

Em um vídeo publicado na sua página no Facebook, Rafael Bittencourt se disse honrado em participar da festa e que essa era uma experiência que ele sempre quis ter.

O Angra e o Sepultura juntos já são um grande exemplo de união em meio a cena do metal brasileiro. Afinal, as duas bandas que fizeram com que o metal nacional fosse conhecido no mundo inteiro são bem diferentes entre si. Dai quando uma pessoa totalmente de fora desse cenário, como é Carlinhos Brown (que no Rock In Rio de 2001, levou uma chuva de garrafas de água), se junta a eles em cima de um trio elétrico em um dos principais circuitos da folia baiana é algo realmente louvável e até corajoso.

Louvável porque qualquer coisa que tente fortalecer a cena metal no Brasil é válido. Mas mais ainda pra mostrar que não vale a pena ficar brigando, agredindo e hostilizando alguém só porque ela não gosta ou toca o estilo de música que você gosta. Seja metal ou axé.

Um comentário:

  1. Carlinhos Brown sempre foi dos artistas baianos que mais experiências e intercâmbios musicais faz, ao menos dos que são mais ligados ao carnaval.

    E o carnaval baiano sempre foi aberto a essas misturas, a começar por artistas nacionais de ritmos diversos e vários DJ da cena eletrônica que se apresentaram por lá.

    Talvez a resistência maior pra mais encontros desses acontecerem seja do público do metal.

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